sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Baleia-de-bossas

Baleia-de-bossas

Megaptera novaeangliae

O nome científico desta espécie refere-se ao desproporcionado tamanho das barbatanas peitorais destes animais. "Megaptera" significa "grande asa" ou "grande barbatana". De facto esta é provavelmente a característica mais distintiva desta espécie, pois as suas barbatanas peitorais podem equivaler a um terço do tamanho total do animal, que em média é de 14m, e normalmente são bastante claras, contrastando com a coloração mais escura do dorso. Outra característica distintiva desta espécie é a "bossa" que possui na parte anterior da barbatana dorsal, que em conjunto com as barbatanas peitorais tornam esta baleia inconfundível.


A baleia-de-bossa alimenta-se principalmente de eufasíáceos (pequenos crustáceos parecidos com camarões) e de pequenos peixes. Como os outros membros da Família Balaenopteridae, esta espécie utiliza a boca como um grande filtro, enchendo-a de água que expelem em seguida com o auxílio da língua, o que faz com que o alimento fique aprisionado contra as "barbas" queratinosas que estão suspensas da parte superior da sua boca. Em alguns casos animais desta espécie foram vistos a fazer "redes" de bolhas, expelindo ar dos espiráculos à volta de um cardume de peixes, para não permitir que eles fujam.
A espécie é cosmopolita, isto é, ocorre em todos os oceanos, e como os outros membros da sua família apresenta migrações pendulares entre altas e baixas latitudes. Durante o verão viajam para águas mais frias e durante o inverno retornam para águas quentes, onde a maior parte dos nascimentos e da actividade sexual se desenvolvem. O comportamento reprodutor desta espécie é bastante complexo, envolvendo vocalizações chamadas "canções", que são bastante agradáveis ao nosso ouvido.


Com intervalos de 1 a 2 anos as fêmeas dão à luz a uma cria de 4.3m após aproximadamente 2 meses de gestação. A cria é amamentada durante 10 a 11 meses e atinge a maturidade sexual por volta dos 5 anos, o que equivale a um tamanho de 11.5m nos machos e 12m nas fêmeas.
Nos Açores ela não é comum, mas tem sido vista ocasionalmente durante a Primavera. Há indícios de que no Atlântico Nordeste esta espécie tenha uma das zonas de reprodução em Cabo Verde.
A espécie já foi vista em alimentação perto de zonas de bancos submarinos nos Açores, devendo estes desempenhar um papel relevante na alimentação durante migrações.


As baleias-de-bossa têm um tipo de células cerebrais só existentes nos humanos, nos grandes símios e noutros cetáceos como os golfinhos, indica um estudo hoje publicado nos Estados Unidos. A descoberta, divulgada pela "Anatomical Record", a revista oficial da Associação Americana de Anatomistas, sugere que certos cetáceos e o antepassado dos humanos teriam tido uma evolução paralela, segundo os autores do estudo.

A presença dessas células cerebrais particulares no córtex poderá significar que essas baleias são mais inteligentes do que se julgava e indicar que os elementos constitutivos das estruturas cerebrais complexas sofreram várias evoluções ou ficaram por usar na maior parte das espécies animais, segundo os invest igadores.
Embora a função exacta deste tipo de neurónios não seja bem compreendida, os cientistas pensam que desempenham um papel importante no processo cognitivo, sendo também afectados pela doença de Alzheimer e outras patologias cerebrais , como autismo e a esquizofrenia. A descoberta poderá ajudar a explicar vários comportamentos culturais observados nas baleias, nomeadamente as suas capacidades de comunicar, formar alianças, cooperar e utilizar utensílios.
Esta baleia, que se distingue por ter enormes barbatanas peitorais e uma "bossa" característica na parte anterior da barbatana dorsal, existe em todos os oceanos. Embora não seja comum nos Açores, já foi vista ocasionalmente no arquipélago durante a Primavera, segundo a Universidade dos Açores. O estudo foi realizado por Patrick Hof e Estel Van der Gucht, do serviço de neurociências da Escola de Medicina de Mount Sinai, em Nova Iorque.

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