sábado, 24 de outubro de 2009

Tubarões em Portugal

Ao contrário do que muita gente pensa, na costa portuguesa podem encontrar-se mais de 30 espécies de tubarões. Há 10 anos que são alvo de estudo, e ainda assim não existe legislação...

Chegam diariamente às várias lotas nacionais dezenas de barcos de pescadores carregados com carcaças de tubarões misturados com atuns, peixes-espada, espadartes e raias entre outros. E em várias destas lotas podem encontrar-se investigadores da Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios (APECE associação dedicada ao estudo de tubarões e raias), e do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR), bem como estudantes de Biologia, que identificam, pesam, medem e vêm o sexo de toneladas de tubarões. Esta amostragem é apenas uma dos processos de obter informação sobre tubarões.
A maioria dos que chegam aos 3 principais portos nacionais de pesca (Sesimbra, Peniche e Viana do Castelo), são de profundidade e não são espécies alvo, vêm por acessório na pesca ao Peixe-espada e Espadarte, segundo Ivone Figueiredo, investigadora do IPIMAR. Para se ter uma ideia, em 2004 estima-se que tenham sido desembarcados cerca de 582,4 toneladas de tubarões e raias segundo a DGPA (Direcção Geral de Pesca e Aquicultura). Estas 2 espécies pertencem ao grupo dos elasmobrânquios, peixes cartilaginosos.
O Carocho, O Barroso, a Lixa, a Pata-Roxa, a Tintureira (Tubarão Azul) ou o Cação (muito usado no Alentejo para fazer a famosa Sopa de Cação), são algumas espécies mais pescadas em Portugal. E, à excepção destes 2 últimos, estas espécies movem-se a profundidades entre os 400 e os 1800 metros, longe do olhar dos mergulhadores, surfistas ou turistas.


Entre os que habitam mais à superfície, o Tubarão Branco é um dos mais temidos por causa do historial de ataques e embora raro, já foi visto em Portugal.

Em 1997 um tubarão branco de quase 5 metros foi capturado no Algarve, a 3 milhas de Armação de Pêra.
Esta espécie existente no Mar Mediterrânio, pode atingir os 8 metros de comprimento, tornou-se famosa até mesmo em Hollywood. Move-se tanto em águas superficiais como profundas, daí por vezes ser avistado nalguns pontos da nossa costa.
Uma espécie mais comum é a Tintureira, parente afastado do Golfinho, que aparece em 6º lugar nas espécies mais desembarcadas entre 1986 e 2001, segundo dados da APECE. Este Tubarão Azul alimenta-se principalmente de peixes e lulas e pode ser encontrado tanto no continente como nas ilhas.
E tal como as pessoas, também há tubarões vegetarianos. O Tubarão Frade pode ultrapassar os 10 metros, tem uma dieta à base de plancton (larvas e ovos de peixe), tendo sido visto na Madeira e mesmo no continente.
Os tubarões são espécies migratórias por natureza, o que dificulta saber o número de espécies diferentes em Portugal. Estima-se a existência de 32 espécies na nossa costa, na sua maioria de profundidade, reconhecidos em estudos de marcação ou pescados por embarcações. Ainda assim muitos, num país onde a crença geral é de que não há tubarões.

João Correia (um dos fundadores da APECE e um dos primeiros portugueses a fazer um mestrado dedicado ao estudo de tubarões), explica que “as pessoas nem imaginam, mas há muitos tubarões, só que são bichos de hábitos completamente diferentes daqueles que há nas Bahamas e noutros sitíos. Temos que chamar a atenção das crianças para o problema da pesca de tubarões, fazê-los gostar deles e mostrar que não são bichos assassinos que matam e comem tudo. A esmagadora maioria das vezes que há um encontro com uma pessoa, o tubarão foge 99% das vezes. Naturalmente que é sempre preciso ter cuidado, principalmente na presença de algumas espécies mais ferozes que podem atacar como forma de investigar a presa”.

Estes bichos que não deixam de ser peixes, muitas vezes negativamente retratados em vários filmes, andam aí ao largo. Não representam qualquer perigo para mergulhadores e banhistas. Portanto, a comunidade surfista não precisa de se alarmar e devem sim, respeitar os tubarões como parte integrante do Oceano.
Sem os tubarões, o Oceano estaria mais pobre, poluído e desiquilibrado. E é o Oceano que nos dá as ondas, não se esqueçam disso...

4 comentários:

  1. Anónimo1/9/11 22:20

    parabens pelo artigo mas dizer q um tubarao azul (tintureira) e um parente afastado de um golfinho tem q dizer q e mesmo afastado e bem mais proximo do ser humano.

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  2. Obrigado pela dica realmente é bem afastado

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  3. Anónimo1/5/12 02:16

    São de facto animaizinhos muito inofensivos... Gostava era de saber quando aparece uma liga de protecção da raça humana contra o perigo dos ambientalistas amigos dos animaizinhos inofensivos... (link para o relatório oficial das autoridades:) http://www.capetown.gov.za/en/MediaReleases/Pages/ReportandReviewofEventsatKogelBayCavesAfterGreatWhiteSharkAttack.aspx (link para a reportagem-video:) http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=569555

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  4. Está um bom artigo, mas dizer que a tintureira é parente do golfinho é um erro grave, o golfinho é mamífero e a tintureira é peixe, estão muito mas muito afastados de serem parentes.

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